Primeira coluna de 2023 é sobre fúria, radicalização e constatação de como o universo tecnológico veio com a dupla face de construção ou destruição.
As cenas de Brasília, neste domingo, lembram aquelas imagens de Washington há quase exatos dois anos, quando manifestantes de direita violentos apoiavam um presidente derrotado.
Feita a invasão do Congresso, palácio presidencial e da Suprema Corte, havendo ofensa aos três poderes da República. Ocorre que, esses atos de vandalismo inauguraram a temporada de discussões sobre como a Internet contribui para o agravamento da radicalização e da violência política.
Observe que o ato da depredação ocorreu nas redes e para elas. Prova disso é a quantidade de vândalos fazendo live e gritando palavras de ordem para quem estava do outro lado da tela.
A invasão foi televisionada, exposta nas redes e, sobretudo, monetizada. É aqui que entra a atuação da Advocacia Geral da União. Dentre os vários pedidos feitos pela AGU ao Supremo Tribunal Federal, alguns estão diretamente relacionados à formação, divulgação e monetização dos atos de vandalismo nas redes:
1. A AGU pediu que seja determinado às plataformas de mídias e de redes sociais que identifiquem e removam os conteúdos que promovam incitação de atos de invasão e depredação de prédios públicos. Além disso, a interrupção de monetização desse tipo de conteúdo;
2. Ainda, requereu a guarda pelas plataformas de mídias e de redes sociais de todos os registros capazes de identificar materialidade e autoria dos ilícitos praticados, pelo prazo de cento e oitenta dias;
3. Uma outra medida solicitada pela AGU foi a guarda de dados de geolocalização que permita a identificação dos celulares de quem estava na Praça dos Três Poderes e no Quartel-General do Distrito Federal.
Tal como no ataque ao Capitólio americano, as punições irão acontecer. Nos últimos 24 meses, disse na semana passada o secretário de Justiça dos EUA, foram mais de 950 prisões.
As plataformas de mídia e redes sociais também podem ajudar uma nação a punir quem comete atos antidemocráticos. Para isso, criado o e-mail denuncia8janeiro@pf.gov.br para receber informações sobre os envolvidos nos atos. Encaminhe e-mail também para:
denuncia@mj.gov.br ou
denuncia8janeiro@pf.gov.br .
Ao fim, o Instagram do @brasildenunciaoficial é um perfil criado com a intenção de identificar atos antidemocráticos e golpistas ocorridos em todo o Brasil!